CAMUS, Albert (1913–1960). Estado de sítio; O estrangeiro (Abril Cultural, São Paulo, 1982).
DESCRIÇÃO
CAMUS (Albert) [1913–1960].— ALBERT CAMUS // ESTADO DE SÍTIO // [Asterisco tipográfico separando os títulos] // O ESTRANGEIRO // Traduções de Maria Jacintha e António Quadros // [Marca do editor: árvore estilizada dentro de um retângulo] // 1982 // EDITOR: VICTOR CIVITA.— In-12.º., XXV, 298, [2] p. E. editorial.
Albert Camus, figura central da literatura e do pensamento francês do século XX, desenvolveu uma obra marcada pela reflexão ética, pela denúncia do absurdo e pela defesa da lucidez como forma de resistência. Romancista, dramaturgo, ensaísta e jornalista, explorou a relação entre o indivíduo e os mecanismos sociais que o oprimem, examinando a tensão entre liberdade, responsabilidade e a busca de sentido em um mundo indiferente. Entre seus textos mais emblemáticos, destacam-se justamente O Estrangeiro (1942), romance que se tornou um dos pilares da literatura moderna, e Estado de Sítio (1948), peça alegórica que dramatiza a chegada da Peste como figura de tirania absoluta.
No trecho a seguir — retirado da página final de O Estrangeiro —, Camus apresenta uma das passagens mais célebres do romance, momento em que Mersault, confrontado com a iminência da morte, atinge uma espécie de clareza final. A « terna indiferença do mundo », revelada ao fim de uma trajetória marcada pela alienação e pela recusa de falsas consolações, transforma-se aqui na chave ética que sustenta todo o romance:
« Como se esta grande cólera me tivesse limpo do mal, esvaziado da esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas, eu abria-me pela primeira vez à terna indiferença do mundo. Por o sentir tão parecida comigo, tão fraternal, sentia que fora feliz e que ainda o era. »
(p. 298)
A edição da Abril Cultural utiliza traduções oficialmente autorizadas pela Société Anonyme Éditions Gallimard e licenciadas no Brasil pela Distribuidora Record de Serviços de Imprensa (para O Estrangeiro) e pelos Livros do Brasil, Lisboa (para Estado de Sítio). Inclui também uma seção preliminar intitulada « Vida e Obra de Albert Camus », ilustrada e acompanhada de ensaio crítico que contextualiza a trajetória intelectual do autor. A capa é de Isamu Araki, e as guardas reproduzem o afresco bizantino « Um Apóstolo », da Igreja de Sopocani, na antiga Iugoslávia.
Exemplar em muito bom estado geral. A capa dura vermelha permanece bem conservada. Douração preservada na capa, lombada e corte superior. A lombada está firme, sem folgas. O miolo está limpo, íntegro, sem anotações, apresentando apenas amarelecimento natural do tempo. O corte superior apresenta pequenos pontos de oxidação, quase imperceptíveis, compatíveis com a idade. Fita de leitura original presente. Guardas íntegras com ilustrações preservadas. Sem assinaturas, carimbos ou marcações. 1982.
IDIOMA
Português
DIMENSÕES
Altura: 17 cm
Largura: 12 cm



