Os Lusíadas

CAMÕES (Luís Vaz de) [c. 1524-1580].— Luís de Camões // Os Lusíadas // Ilustrações de Lima de Freitas // Prefácio de Hernâni Cidade // [Marca do editor: árvore estilizada dentro de um retângulo] // 1979 // EDITOR: VICTOR CIVITA.— In-4.º de 489-[494]. E. editorial.

Luís Vaz de Camões é considerado o maior poeta da língua portuguesa e um dos grandes nomes da literatura universal. Sua vida marcada por exílios, batalhas e naufrágios refletiu-se numa obra em que se entrelaçam a experiência pessoal, o ideal humanista e a exaltação épica do império português.

Publicado em 1572, Os Lusíadas é o grande poema épico da literatura portuguesa, estruturado em dez cantos escritos em oitava rima. A obra celebra as conquistas marítimas de Portugal, sobretudo a viagem de Vasco da Gama às Índias, mesclando narrativa histórica, mitologia clássica e reflexões filosóficas. Mais do que uma epopeia nacional, o poema questiona o heroísmo, a glória e os limites da condição humana diante da fortuna e do divino.

A presente edição brasileira de Os Lusíadas, publicada pela Abril Cultural em 1979, traz prefácio de Hernâni Cidade, acompanhado de notas explicativas e ilustrações de Lima de Freitas. Além do texto integral, a edição reproduz documentos históricos fundamentais — como o Alvará Régio de 1572 e o Parecer do Santo Ofício — reforçando seu caráter crítico e de referência.

Entre os episódios mais intensos do poema, encontra-se a tempestade enfrentada pelos navegadores portugueses. Na descrição da tormenta, Camões combina grandiosidade épica e pathos humano:

“O céu fere com gritos nisto a gente,
C’um súbito temor e desacordo,
Que, no romper da vela, a nau pendente
Toma grão soma de água pelo bordo…”
(p. 240)

O trecho evidencia o contraste entre a fragilidade da condição humana e a imensidão da natureza. O poeta não apenas retrata o perigo físico do naufrágio, mas também a vulnerabilidade espiritual dos homens diante da adversidade. A comoção coletiva, marcada pelo “súbito temor e desacordo”, confere à cena intensidade dramática, transformando a aventura marítima em metáfora da luta existencial contra as forças do destino.

O exemplar possui encadernação editorial em capa dura em tom de marrom, com rica decoração dourada em estilo clássico, incluindo o brasão português gravado no plano central. As folhas de guarda ilustradas com com caravelas estão íntegras e preservadas. A encadernação permanece firme, a douração preservada na capa e lombada. As folhas exibem leve amarelamento uniforme e alguns pequenos pontos de oxidação na extremidade superior de algumas páginas, típico do papel da época, sem comprometer a legibilidade. Textos e ilustrações preservados. Possui marcador de fita original na cor marrom. Corte dourado superior dourado, preservado, com brilho vívido. Possui marcador de fita original na cor vermelha. Sem assinaturas, carimbos ou anotações.1979.

IDIOMA
Português

DIMENSÕES
Altura: 24,5cm
Largura: 17cm