Antologia poética

DRUMMOND DE ANDRADE (Carlos) [1902-1987].— Carlos Drummond de Andrade // Antologia // [Ornamento tipográfico curvilíneo - arabesco -, funcionando como elemento de ligação ornamental atravessando o espaço entre as palavras do título] // Poética // [Marca do editor: árvore estilizada dentro de um retângulo] // 1982 // EDITOR: VICTOR CIVITA.— In-8.º. de237 p. E. editorial.

Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Figura central do Modernismo, sua obra articula lirismo íntimo e reflexão social, oscilando entre humor, ironia e melancolia. Além da poesia, também se destacou como cronista e prosador, sempre atento às transformações da vida urbana, à memória de Minas e às inquietações existenciais.

Antologia Poética, organizada originalmente em 1962 pelo próprio Drummond, reúne poemas representativos de sua trajetória literária, oferecendo um recorte que equilibra diferentes fases e temas de sua produção. A seleção tornou-se uma das mais influentes portas de entrada à sua poesia, por condensar a pluralidade de sua voz em um só volume.

Publicado pela Abril S.A. Cultural e Industrial, sob licença da Livraria José Olympio Editora, esta edição não apenas reproduz o volume original de 1962, mas o amplia: acrescenta 15 poemas extraídos de Boitempo & A Falta Que Ama, Versiprosa e Viola de Bolso II. Assim, oferece ao leitor um panorama mais abrangente da poesia drummondiana, incorporando textos posteriores ao recorte inicial.

No poema « O Amor Bate na Aorta », Drummond reflete sobre a natureza paradoxal do sentimento amoroso, mesclando imagens de espontaneidade e violência, aprendizado e mistério:

« Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro,
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã. »
(p. 122)

Aqui, o amor é figurado como uma força indomável, instintiva, que apesar de « instruída » não deixa de se arriscar, tropeçar e ferir. A imagem do « corpo andrógino » sugere a fusão dos opostos, evocando tanto a vulnerabilidade quanto a plenitude que o amor encerra. Ao dar carne e sangue ao sentimento, Drummond transforma a abstração em experiência concreta, ao mesmo tempo dolorosa e vital.

Encadernação editorial em capa dura com tom de verde escuro, firme e íntegra, com fita para marcar página também em tom de verde. Apresenta alguns pequenos pontos de oxidação nos cortes lateral e inferior, nas primeiras e últimas folhas e na extremidade superior de algumas páginas, sem comprometimento do texto, permanecendo o miolo íntegro e com impressão legível. Douração preservada e com brilho vívido na capa, lombada e corte superior. Folhas de guarda íntegras, com ilustração preservada. Sem assinaturas, carimbos ou marcações. 1982.

IDIOMA
Português

DIMENSÕES
Altura: 23cm
Largura: 16,5cm