LAWRENCE, David Herbert (1885–1930). Mulheres apaixonadas (Abril Cultural, São Paulo, 1979).
DESCRIÇÃO
LAWRENCE (David Herbert) [1885-1930].— D. H. LAWRENCE // MULHERES // APAIXONADAS // Tradução portuguesa de Cabra do Nascimento // Adaptação de Ruth de Biasi // [Marca do editor: árvore estilizada dentro de um retângulo] // 1979 // EDITOR: VICTOR CIVITA.— In-12.º., 466, [4] p. E. editorial.
David Herbert Lawrence, um dos nomes centrais da literatura inglesa do século XX, construiu uma obra marcada pela intensidade emocional, pela crítica às convenções sociais e pela exploração profunda das relações humanas. Sua ficção — sempre voltada à vitalidade, ao instinto e aos conflitos entre desejo e racionalidade — buscou enfrentar os limites impostos pela moralidade industrial e pela civilização mecanizada. Mulheres Apaixonadas (1920), considerado um de seus romances mais audaciosos, aprofunda temas como liberdade individual, paixão, força vital, agressividade reprimida e a difícil busca de autenticidade nas relações amorosas.
No trecho abaixo, Lawrence apresenta uma das passagens mais provocadoras e filosóficas da obra — uma reflexão intensa sobre a ilusão do amor absoluto, o papel do ódio como força equilibrante e a fragilidade da humanidade diante de suas próprias mentiras. O diálogo revela o pensamento turbulento e radical de um personagem que rejeita as idealizações sentimentais e denuncia a falsidade moral que domina a vida moderna:
« É errônea a afirmação de que o amor seja tudo para a humanidade. Poderíamos dizer, por exemplo, que o ódio também é tudo na vida, visto que o oposto de qualquer coisa equilibra a sua afirmação. As pessoas precisam é de ódio, ódio e nada mais. E em nome da justiça e do amor, não fazem senão espalhá-lo! Todas elas destilam nitroglicerina, tudo por causa do amor. E a mentira mata. Se é de ódio que nós necessitamos, deixem-nos tê-lo, mais a morte, o crime, a tortura, a destruição violenta; dêem-nos tudo isto, mas não em nome do amor! Detesto a humanidade, gostaria que fosse toda destruída. A realidade permaneceria intacta. Seria até melhor. A verdadeira árvore da vida ficaria desembaraçada da colheita, mais pesada e pior que as maçãs de Sodoma, aquele fardo insuportável de miríades de simulacros humanos, peso infinito de mentiras letais. »
(pp. 122–123)
Edição da Abril Cultural, com tradução de Cabral do Nascimento e adaptação de Ruth de Biasi. A edição apresenta guardas ilustradas com Leda e o Cisne, de Nicolas Beatrizet. Exemplar em muito bom estado no geral. Capa dura vermelha preservada. Douração preservada na capa, lombada e corte superior. Apresenta pequenos pontos de oxidação nos cortes. Lombada firme, estrutura intacta, sem folgas. Guardas ilustradas íntegras e conservadas. Miolo íntegro, limpo, sem anotações, com amarelecimento natural do tempo - sobretudo nas páginas 302-303. Fita de marcador original presente. Sem assinaturas, carimbos ou marcações. 1979.
IDIOMA
Português
DIMENSÕES
Altura: 20,5 cm
Largura: 13 cm



