CERVANTES, Miguel de (1547–1616). Dom Quixote de La Mancha (Abril Cultural, São Paulo, 1978).
DESCRIÇÃO
CERVANTES SAAVEDRA (Miguel de) [1547–1616].— Miguel de Cervantes Saavedra // DOM QUIXOTE // DE LA MANCHA // Tradução de Viscondes de Castilho e Azevedo // Notas de José María Castro Calvo, // traduzidas por Fernando Nuno Rodrigues // [Marca do editor: árvore estilizada dentro de um retângulo, escrito: « ABRIL // CULTURAL »] // 1978 // EDITOR: VICTOR CIVITA.— In 8.º., 609, [1] p. E. editorial.
Miguel de Cervantes Saavedra, escritor espanhol, é considerado um dos maiores nomes da literatura universal. Sua obra-prima, O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha, publicada em duas partes (1605 e 1615), inaugurou o romance moderno e redefiniu a narrativa de ficção, mesclando crítica social, sátira e reflexão sobre a condição humana.
Dom Quixote de La Mancha narra as aventuras de Alonso Quijano, um fidalgo que enlouquece após ler demasiados livros de cavalaria e passa a acreditar ser um cavaleiro andante. Ao lado do fiel escudeiro Sancho Pança, vive episódios tragicômicos que transitam entre a paródia cavaleiresca e a reflexão filosófica.
A presente edição brasileira de 1978, publicada pela Abril Cultural, apresenta a clássica tradução portuguesa do Visconde de Castilho e Azevedo (séc. XIX), revisada e acompanhada por notas explicativas de José María Casasayas, vertidas ao português por Fernando Nuno Rodrigues. A estrutura da obra divide-se em duas partes, totalizando 126 capítulos (52 na primeira parte e 74 na segunda). O livro contém ainda textos introdutórios como Taxa, Testemunho das Erratas, Privilégio, Dedicatória, além do Prólogo e poemas laudatórios.
Entre os episódios mais célebres da narrativa, destaca-se o do Capítulo VIII, em que Dom Quixote confunde os moinhos de vento com gigantes e decide enfrentá-los em combate:
« A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça de face da terra. » (p. 54)
Este momento tornou-se símbolo universal do quixotismo: a luta contra inimigos imaginários e a persistência da visão idealista diante da realidade concreta. O contraste entre a fantasia cavaleiresca de Dom Quixote e a racionalidade de Sancho Pança resume a tensão que percorre todo o romance: a fronteira instável entre sonho e realidade, loucura e sabedoria. Pela força expressiva desta cena, o episódio dos moinhos de vento consolidou-se como o mais emblemático de toda a obra de Cervantes, permanecendo até hoje como metáfora da condição humana diante de seus próprios ideais e desenganos.
O volume possui encadernação editorial em capa dura de verde escura, com rica decoração dourada em estilo ornamental, incluindo a cena em dourado de Dom Quixote e Sancho Pança a cavalo no plano central. O título e o nome do autor aparecem igualmente em dourado na capa e na lombada. Corte superior dourado preservado - apresentando apenas pequenos e leves pontos de oxidação. As folhas de guarda trazem ilustrações preservadas em tom esverdeado - apresentam pontos de amarelamento, sobretudo nas extremidades, sem prejuízo as ilustrações. Há leve amarelamento natural do papel, condizente com a idade da obra, mas sem prejuízo à leitura ou ao valor bibliográfico. Douração também preservada na capa e lombada, com apenas alguns pontos minimamente desbotados na lombada. Fita de leitura preservada - apenas com extremidades desbotadas. Sem assinaturas, carimbos ou marcações. 1978.
IDIOMA
Português
DIMENSÕES
Altura: 23 cm
Largura: 16,5 cm



