MELO, João Cabral de Melo Neto (1920–1999). Poesia Completa e Prosa (Editora Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 2008).
DESCRIÇÃO
MELO (João Cabral de Melo Neto) [1920–1999]. — JOÃO CABRAL // DE MELO NETO // POESIA COMPLETA // E PROSA // Introdução, organização, notas e estabelecimento do texto // ANTONIO CARLOS SECCHIN // 2ª impressão // [monograma editorial em tinta preta, estilizado com as letras entrelaçadas "A" e "N", tradicional da casa publicadora, Editora Nova Aguilar] // —— // RIO DE JANEIRO, EDITORA NOVA AGUILAR S.A., 2008 // BIBLIOTECA // LUSO-BRASILEIRA // Série Brasileira // JOÃO CABRAL DE MELO NETO // POESIA COMPLETA E PROSA // Volume único // INTRODUÇÃO GERAL // Prefácio / Cronologia da vida e da obra / Fortuna crítica / Iconografia // POESIA // Primeiros Poemas / Pedra do Sono / Os três mal-amados / // O engenheiro / Psicologia da composição / O cão sem plumas / // O rio / Paisagens com figuras / Morte e vida severina // Uma faca só lâmina / Quaderna / Dois parlamentos / Serial // A educação pela pedra / Museu de tudo / A escola das facas // Auto do frade / Agrestes / Crime na Calle Relator // Sevilha andando / Dispersos // PROSA // Considerações sobre o poeta dormindo / Joan Miró / // Poesia e composição / A geração de 45 / // Da função moderna da poesia / // Elogio de Assis Chateaubriand / // Encontro com os escritores: os poetas // APÊNDICE // Notas // Bibliografia // Índices.
João Cabral de Melo Neto (1920–1999), poeta pernambucano, é uma das vozes mais rigorosas e inovadoras da literatura brasileira do século XX. Sua poesia alia economia verbal, construção quase arquitetônica dos versos e forte dimensão social, particularmente voltada à realidade nordestina.
Integrante da coleção Biblioteca Luso-Brasileira (Série Brasileira), esta edição organizada por Antonio Carlos Secchin concentra-se no essencial da obra cabralina: toda a poesia publicada em vida e uma seleção de prosas reflexivas. Enriquecida com introdução, fortuna crítica e iconografia, apresenta-se como edição de referência literária, situando a obra de Cabral no panorama da poesia brasileira e universal.
Em Morte e Vida Severina, essa poética se condensa de forma exemplar, quando o autor dá voz ao retirante que se reconhece em todos os outros, definindo a própria existência pela repetição da miséria e pela proximidade da morte:
“E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).”
(p. 148)
Este trecho concentra o núcleo simbólico do poema: a constatação de que a identidade dos “Severinos” é a da repetição da miséria, da morte precoce e inevitável. Cabral traduz em forma poética a violência estrutural contra o povo sertanejo, num ritmo seco, quase litúrgico. A força impactante da passagem está na denúncia direta, em que a morte não é destino individual, mas destino coletivo.
Exemplar com encadernação editorial em capa dura verde, com douração preservada na lombada e na assinatura fac-símile em ouro na capa. Capa, lombada e miolo íntegros, limpos e preservados. Sobrecapa e box ilustrados preservados. 2.ª edição, 2008.
IDIOMA
Português
DIMENSÕES
Altura: 18,5cm
Largura: 12,5cm



