















François-Joachim de Pierre de Bernis
À Parme, Dans Le Palais Royal [Bodoni]
1795
0 itens
Seu carrinho está vazio
Continuar comprando




François-Joachim de Pierre de Bernis
À Parme, Dans Le Palais Royal [Bodoni]
1795
Frete grátis em todos os pedidos!
We can ship to virtually any address in the world. Note that there are restrictions on some products, and some products cannot be shipped to international destinations.
When you place an order, we will estimate shipping and delivery dates for you based on the availability of your items and the shipping options you choose. Depending on the shipping provider you choose, shipping date estimates may appear on the shipping quotes page.
Please also note that the shipping rates for many items we sell are weight-based. The weight of any such item can be found on its detail page. To reflect the policies of the shipping companies we use, all weights will be rounded up to the next full pound.
You may return most new, unopened items within 30 days of delivery for a full refund. We'll also pay the return shipping costs if the return is a result of our error (you received an incorrect or defective item, etc.).
You should expect to receive your refund within four weeks of giving your package to the return shipper, however, in many cases you will receive a refund more quickly. This time period includes the transit time for us to receive your return from the shipper (5 to 10 business days), the time it takes us to process your return once we receive it (3 to 5 business days), and the time it takes your bank to process our refund request (5 to 10 business days).
If you need to return an item, simply login to your account, view the order using the "Complete Orders" link under the My Account menu and click the Return Item(s) button. We'll notify you via e-mail of your refund once we've received and processed the returned item.
BERNIS (François-Joachim de Pierre de) [1715–1794].— LA // RELIGION // VENGÉE // POËME // EN DIX CHANTS. // À PARME // DANS LE PALAIS ROYAL // MDCCXCV.— In-8.º., [xxviii], 248 p. E. editorial em papel marmorizado, com lombada e cantos em pele.
François-Joachim de Pierre, cardeal de Bernis, foi um destacado diplomata, eclesiástico e poeta francês. Nascido em Saint-Marcel-d’Ardèche, em 1715, em uma família nobre porém empobrecida, teve sua ascensão patrocinada por Madame de Pompadour, cuja influência junto a Luís XV o conduziu a importantes cargos diplomáticos e eclesiásticos. Famoso por seu espírito refinado e por sua vida mundana, Bernis destacou-se tanto pela habilidade política quanto pela elegância literária.
Como embaixador da França junto à Santa Sé, teve papel decisivo nas negociações que levaram à supressão da Companhia de Jesus (1773) e, mais tarde, tornou-se um dos opositores às políticas anticlericais que antecederam e acompanharam a Revolução Francesa.
Sua obra mais extensa e influente, La Religion vengée, foi publicada postumamente em 1795, pela prestigiosa tipografia de Giambattista Bodoni, em Parma.
La Religion vengée é um poema didático e apologético em dez cantos, composto em versos alexandrinos. Nela, Bernis defende a fé e a moral cristã contra o racionalismo filosófico e o materialismo ilustrado, estruturando o texto como uma resposta poética à filosofia das Luzes e às doutrinas que, segundo o autor, ameaçavam a integridade espiritual e moral da Europa moderna.
A composição revela a erudição clássica de Bernis, combinando o vigor do pensamento teológico com o ritmo solene da poesia neoclássica. Sua linguagem é harmoniosa, elevada e impregnada de idealismo moral. À época, a obra foi recebida como um manifesto de restauração espiritual e de fidelidade à tradição católica, situando-se entre os grandes poemas religiosos do final do século XVIII.
O cardeal de Bernis expõe, sob a forma de um poema épico-teológico, a queda do homem e a defesa da fé contra os excessos da razão moderna. Nos primeiros versos do Chant Premier, o autor traça uma síntese poética da criação, da inocência original e da perda da imortalidade, em uma linguagem elevada que combina rigor teológico e elegância clássica:
« Dieu créa l’ange et l’homme innocents et parfaits,
Pour partager entre eux sa gloire et ses bienfaits;
Les habitants du ciel, substances immortelles,
Eurent pour compagnon l’homme, immortel comme elles.
Mais l’orgueil perdit l’ange, et l’ange révolté
Nous enleva le don de l’immortalité!
Telle fut, ô mortels! notre noble origine,
Telle fut notre chute et l’affreuse ruine
Qu’entraîna le progrès de la première erreur. »
(pp. 7–8).
Este exemplar foi apresentado pela Livraria Castro e Silva (Lisboa) no Salon du Livre Rare (Paris, 2013) e figura no catálogo oficial da feira sob o número 10 (Catálogo Paris 2013, p. 4–5), com a seguinte nota de procedência:
« Exemplar com dedicatória de oferta de D. Domingos de Sousa Coutinho (1760–1833) ao núncio papal em Lisboa D. Lorenzo Caleppi (1741–1817), datada de Londres, 1808. »
O contexto histórico dessa dedicatória é de singular relevância. D. Domingos de Sousa Coutinho, ministro plenipotenciário de Portugal em Londres, desempenhou papel decisivo nas negociações que garantiram à corte portuguesa a proteção da marinha britânica durante a transferência para o Brasil (1807–1808). Em contrapartida, foi responsável pela abertura dos portos brasileiros à frota inglesa, medida estratégica que viabilizou o rompimento do Bloqueio Continental imposto por Napoleão.
D. Lorenzo Caleppi, núncio papal em Lisboa e, posteriormente, no Rio de Janeiro, teve atuação igualmente notável, mediando as relações diplomáticas entre a Santa Sé e o governo português no exílio. Foi nomeado primeiro núncio papal geral para a América — nomeação inédita que criou um precedente histórico e viria a facilitar o reconhecimento papal da independência do Brasil.
O exemplar, oferecido por Sousa Coutinho a Caleppi em Londres, em 1808, adquire, assim, valor histórico excepcional, simbolizando o encontro entre a diplomacia portuguesa e a autoridade eclesiástica romana num momento decisivo da história luso-brasileira. Mais do que uma obra literária, constitui um documento político e diplomático de primeira ordem, testemunho material de um elo entre fé, poder e história.
Esta é a primeira edição da obra, exemplar de notável qualidade gráfica e estética, verdadeiro testemunho do auge da arte tipográfica neoclássica. A impressão bodoniana distingue-se pela pureza dos caracteres, pela exatidão das margens e pela luminosidade do papel. O volume apresenta encadernação original em papel marmorizado, com lombada e cantos em pele, impresso sobre magnífico papel de linho calandrado, de textura firme e coloração clara — características típicas das edições de Bodoni destinadas à elite literária e diplomática da época. A composição segue o cânone de elegância tipográfica de Parma, com capitulares bem proporcionadas e tipologia romana de traço fino e harmônico, conferindo à obra sobriedade e equilíbrio exemplares.
A encadernação, em papel marmoreado policromo com lombada e cantos em pele, é típica das edições de luxo do final do século XVIII. As guardas marmoreadas exibem um belo padrão de veios e gotas em tons de azul, carmim e sépia, em plena harmonia com o conjunto. A impressão é nítida e regular, typis Bodonianis, sobre papel de linho de alta gramatura, de superfície acetinada e tonalidade marfim clara. Nas folhas de guarda, observam-se anotações manuscritas a lápis, com numerações antigas de inventário — indícios de proveniência e catalogação erudita. Trata-se de uma impressão de alta tipografia bodoniana, conforme descrita por Brooks (The Works of Giambattista Bodoni, n.º 606). O exemplar corresponde integralmente ao descrito no catálogo da Livraria Castro e Silva (Paris, 2013, item n.º 10) e foi apresentado no Salon du Livre Rare (Paris) como peça representativa da excelência técnica e histórica das edições Bodoni.
O exemplar encontra-se em bom estado de conservação, notável considerando sua idade e raridade. A lombada e os cantos apresentam desgaste leve, com pequenas perdas superficiais no couro. O papel marmoreado conserva cores vivas e uniformes, com alguns pontos de desgaste, sobretudo nas extremidades. O miolo está íntegro, com cortes limpos, papel firme e bem preservado, mantendo impressão homogênea e legível. Há apenas discretos pontos de oxidação e escurecimento marginal leve, típicos da época. As costuras permanecem firmes, e a encadernação mantém estrutura sólida, preservando integralmente o caráter original da edição. 1.ª edição, 1795.
IDIOMA
Francês
DIMENSÕES
Altura: 17 cm
Largura: 11,5 cm
© 2025 Inactual Antiguidades LTDA - CNPJ 61.519.912/0001-69
Voltar ao topo ↑Obrigado por se inscrever!
Este email já foi registrado!