LISLE, Leconte de (1818–1894). Oeuvres de Leconte de Lisle — Poèmes antiques (Alphonse Lemerre, Paris, c. 1910).
LISLE (Leconte de) [1818–1894].— OEUVRES // DE // Leconte de Lisle // [—] // POÈMES ANTIQUES // [Marca tipográfica da editora, representando figura masculina empunhando enxada sob sol nascente, encimada pela frase « FAC ET SPERA » e subtitulada pelas letras « A L »]. // PARIS // LIBRAIRIE ALPHONSE LEMERRE // 23-33, PASSAGE CHOISEUL, 23-33.— In-12.º., [6], 317, [2]. E. coeva em meio couro.
Edição parisiense publicada pela prestigiada Librairie Alphonse Lemerre, uma das casas editoriais de poesia mais reconhecidas de Paris na virada do século XIX para o XX, esta edição reflete o refinamento gráfico e cultural da Belle Époque literária. Trata-se de uma joia da literatura francesa: Poèmes antiques é obra inaugural e canônica de Leconte de Lisle, um dos grandes nomes do Parnasianismo, cuja obra exerceu influência na geração simbolista.
Mais do que um livro, este exemplar é testemunho material da difusão do ideal parnasiano e do gosto editorial elegante do início do século XX. O conjunto apresenta diagramação característica das edições lemerrianas — tipografia nítida, equilibrada e de rigor acadêmico, em papel de trapo espesso, de tonalidade creme e boa prensagem, com envelhecimento natural e homogêneo.
A obra, fundadora no percurso do autor, reflete o ideal da forma pura, da impassibilidade e do culto à Antiguidade. Em Démodoce, o autor explora a tensão entre beleza e sabedoria, juventude e desilusão. Nesse trecho, o poeta-cantor — o aedo que dá voz à Antiguidade — exprime a fugacidade do desejo e a cegueira da paixão:
« La jeunesse est crédule aux espérances vaines;
Elle éblouit nos yeux et brûle dans nos veines;
Et des Songes brillants le cortège vainqueur
D’un aveugle désir fait palpiter le coeur. »
(p. 97)
Encadernado em meio couro, com lombada com cinco nervuras e douração no título. As pastas apresentam papel marmorizado de época, em tons ocres, azulados e esverdeados, com leve pátina uniforme. Corte superior dourado e cortes lateral e inferior ligeiramente irregulares, típicos do refilo manual das folhas após a impressão — frequente em edições finas ou semiartesanais até o início do século XX. Guardas internas marmorizadas em padrão peacock multicolorido. O exemplar conserva ainda a folha protetora em papel translúcido (tipo seda) antes da folha de rosto, inteiramente preservada e sem rasgos.
Estrutura firme, com miolo íntegro, completo, limpo e legível; textos e ornamentos preservados. Marca tipográfica clássica da Librairie Alphonse Lemerre na folha de rosto. Estado de conservação muito bom, com leve pátina uniforme e algumas páginas apresentando discretas manchas de oxidação compatíveis com a idade, sem comprometimento da leitura. Sem carimbos; com assinatura manuscrita de posse datada de 26-7-1922 na folha de rosto. Edição s.d. [vers 1910; terminus ante quem 1922].
IDIOMA
Francês
DIMENSÕES
Altura: 16 cm
Largura: 10 cm