LOT 1494

GIDE, André (1869–1951). Journal 1889–1939 (Gallimard, Paris, 1951).

Preço
R$ 500,00
Escala de conservação
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Regular
Bom
Muito
bom
Como
novo
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GIDE (André) [1869-1951].— ANDRÉ GIDE // JOURNAL // 1889–1939 // [Ornamento tipográfico: logotipo da nrf em círculo com inscrição « BIBLIOTHÈQUE DE LA PLÉIADE »] // AVEC UN INDEX DES NOMS // ET DES OUVRES CITÉS.— In-12.º., 1378, [2] p. E. editoria.

Autor central da literatura francesa moderna, André Gide ocupa posição singular entre o simbolismo e a modernidade. Sua obra, de forte cunho introspectivo e ético, articula o exame da consciência individual à crítica dos valores morais e religiosos. Laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1947, Gide foi também um dos fundadores da Nouvelle Revue Française e figura determinante na consolidação da prosa ensaística francesa do século XX.

O Journal 1889–1939, iniciado na juventude e mantido ao longo de cinco décadas, constitui não apenas um registro íntimo, mas também um vasto laboratório literário e moral. Nele, Gide reflete sobre o ofício do escritor, o papel da arte e o conflito entre autenticidade e convenção. O volume reúne integralmente os diários do autor com aparato crítico e índices de nomes e obras citadas, configurando a primeira edição do Journal publicada na Bibliothèque de la Pléiade, coleção que fixou a forma definitiva do texto e reafirmou a dimensão canônica da obra.

Entre os trechos mais expressivos, destaca-se a reflexão de Gide sobre o ofício da escrita e a ilusão de espontaneidade:


« Quelle erreur de croire que c’est en se laissant aller à soi qu’on est ou devient le plus personnel ! Ce qui vous vient d’abord et naturellement à l’esprit, ce sont des lieux communs, des clichés… De là le danger de ces "dictées" auxquelles je m’essaie. » (pp. 897-898).

O fragmento sintetiza uma das concepções centrais do Journal: a de que a escrita íntima não é a expressão direta do eu, mas um exercício de forma e de vigilância. Gide adverte que a naturalidade é enganosa e que o impulso espontâneo tende a reproduzir fórmulas e convenções. A « dictée » — o ato de escrever como quem se dita a si mesmo — torna-se metáfora da tensão entre sinceridade e artifício, transparência e elaboração. A passagem, frequentemente citada pela crítica gidiana, exprime com rara lucidez a ética da autoconsciência que estrutura toda a sua obra.

Encadernação editorial marrom, com douração no nome do autor e o título gravados na lombada. Preserva as duas fitas de leitura originais. Miolo impresso em papel Bible Bolloré, característico da coleção, de finíssima gramatura e tonalidade marfim. Cortes regulares e limpos.

Trata-se do cinquante-quatrième volume da série. Na guarda inicial, encontra-se a etiqueta original da livraria « A. Monoverde y Cía. S.A. – Palacio del Libro, 25 de Mayo 577, Tel. 82473, Montevidéu », que indica a procedência do exemplar: importado e comercializado na América do Sul nas décadas de 1950–1960, atestando a difusão internacional da Pléiade e o circuito livreiro francófono no Cone Sul.

Exemplar em excelente estado geral, com encadernação firme e homogênea. Capas bem preservadas, sem desgastes visíveis; lombada íntegra e sem perdas de douração, com apenas pequenos desgastes nas cabeceiras da lombada e marca de dobras suaves nas folhas de guarda anteriores e primeiras páginas, sem prejuízo da integridade do conjunto. As duas fitas de leitura originais encontram-se íntegras e fixas. Conserva estrutura sólida e miolo limpo, flexível e de coloração uniforme, com alguns pontos de oxidação nas folhas de guarda. Etiqueta de procedência perfeitamente preservada na guarda anterior. Conjunto sólido, completo e de integridade estrutural notável para a idade, denotando conservação criteriosa e manuseio mínimo. Sem assinaturas ou carimbos. 1.ª edição, 1951.

IDIOMA
Francês

DIMENSÕES
Altura: 17,5 cm
Largura: 11 cm

GIDE, André (1869–1951). Journal 1889–1939 (Gallimard, Paris, 1951).
GIDE, André (1869–1951). Journal 1889–1939 (Gallimard, Paris, 1951).
R$ 500,00